Às 08:00 horas foi celebrada uma missa na Capela de S. Tiago de Francelos, na Vila de Prado, diferente do habitual e com a presença de muitas pessoas que pretendiam desejar boa sorte aos peregrinos. Foi uma missa diferente onde se destacou a bênção das mochilas dos peregrinos e uma saudação entre todos, inclusive do Sr. Padre, que fez questão de cumprimentar todas as pessoas individualmente que se encontravam na missa. A celebração da missa, a colocação dos carimbos na credencial de cada peregrino e o arranque da peregrinação contou com a presença da Minho Actual TV.
Arrancamos às 09:45 horas, mais tarde que o previsto por culpa do Nel, percorrendo os caminhos de S. Tiago.
A primeira paragem mais demorada foi para o almoço num tasco em Goães.
Na parte da tarde arrancamos para o resto do percurso com destino a Ponte de Lima. Até aqui tudo normal, sem problemas embora já um pouco cansados. O pior estava para vir e foi unânime que esta etapa foi muito dolorosa, não só pelos cerca de
Chegados a Ponte de Lima dirigimo-nos à Pousada da Juventude, onde estava destinado pernoitar, o certo é que tinha lotação esgotada e tivemos que recorrer a uma Residencial.
Saímos por volta das 09:02 horas do Café Central, junto ao chafariz da Ponte Velha de Ponte de Lima.
Dificuldade do dia, a famosa subida da Labruja "é mesmo difícil".
"As vistas valem mesmo a pena", disse a Ana. Durante o percurso houve um concurso da Miss e Mrs T-Shirt molhada....."bota só um bocadinho de água", disse a Maria Ana, junto à fonte das Três Bicas. Quem "botou" a água foi o Nel, estou mesmo a ver como ficou a Maria Ana.
De resto é preciso lá ir, pois não há palavras para descrever, ouvimos, cheiramos e sentimos, mesmo com o esforço.
Valença (11:35 horas)
Partimos do Albergue de Rubiães em direcção a Valença por volta das 05:31 horas.
Logo após a partida tivemos uns
Redondela (17:01 horas) hora local
Saímos de Valença por volta das 06:09 horas em direcção à Espanha, mais propriamente a Redondela. Uma etapa das mais duras (apenas com +/- 30 kms), apesar de plana muito alcatrão para "calcar" e pouca natureza.
Atravessar a Ponte Internacional de Valença ao romper da aurora é algo difícil de esquecer tão cedo, é espectacular. Pelo contrário, foi atravessar o polígono industrial de Porriño. Nem vale a pena comentar pela dureza da deslocação, muito duro.
Em Porriño o Zé foi à recauchutagem. Com “pneus novos” as suas dificuldades e as dificuldades do grupo diminuíram.
Só o Bosque que antecede a chegada a Porriño é a única coisa a assinalar.
Percorridos os cerca de 30 kms, finalmente chegamos a Redondela, isto cerca das 17:00 horas (hora local) e cheios de "calcar" alcatrão.
Chegados ao Albergue de Redondela, lindíssimo, tal como já havia sido anunciado, recebemos a notícia de que estava sobrelotado e fomos encaminhados para o ginásio municipal, espaço que só valeu pelo duche, pois o resto era muito pobre e abandonado ao vandalismo. Banho tomado fomos ao “Omigas”, restaurante junto ao Albergue, onde comemos e bebemos até “chegar com o dedo”. Houveram excessos, é claro, e quando assim é há teatro e cantoria pela certa.
Apesar de pela primeira vez termos que dormir no chão, não foi motivo suficiente para desanimar estes “doze” que têm vindo etapa a etapa a vencer as mais diversas dificuldades que o caminho coloca – a União, a Amizade, a Alegria e o Respeito que criamos no nosso seio tem feito desta experiência algo de inesquecível para todos os participantes.
Pontevedra (11:45 horas) hora local
É opinião geral de que foi uma das etapas mais bonitas até hoje.
Pela primeira vez tivemos a chuva como companhia.
Observar as Rias Baixas da perspectiva dos caminhos é algo de inesquecível.
A hospitalidade e o carinho dos residentes só hoje foram comprovados.
Fisicamente nada a assinalar pela primeira vez também.
O calor “recebeu-nos” em Pontevedra onde tivemos que esperar pela abertura do Albergue (14:30 horas) e onde a entrada é feita por ordem de chegada. Só um grupo de 7 escuteiros (tripeiros) se antecipou a nós, facto importante dado que a lotação do Albergue é de 56 peregrinos.
Nesta altura ainda houve tempo para uma “suecada” num dos bares próximos.
Nessa hora, mais uma vez, chega o nosso serviço de Catering (Sara, Linda, Ana, Diogo e Luís); faziam-se acompanhar de um arrozinho com chouriço, panados, bacalhau frito, …, e o mais importante “combustível” q.b., uma arca com mais de 40 cervejas fresquinhas, tudo digerido depois de um banho retemperador.
“Barriguinha cheia, cú enxuto” a soneca é inevitável no final de tarde.
Etapa de descanso, quer pela dificuldade quer pela distância.
Paisagens lindas com um misto de bosque e terrenos de cultivo.
O Albergue, apesar de novo, fica no meio do nada, daí que tivemos dificuldade em arranjar mantimentos, isto também pelo caminho e porque à hora em que passamos nas localidades ainda era muito cedo e não haviam locais para tomar um simples café.
Apesar de ser no meio do nada há algo fundamental – o sossego – à volta só há campos de milho, daí que para descansar é o local ideal.
Depois de nos informamos, após uma incursão nos meandros do nada levada a cabo pelo Ruães e pelo Hugo, lá conseguimos encontrar comida e cerveja (muita cerveja). Aliás eles vinham com outra disposição – o combustível é essencial e está provado que ajuda nas comunicações, nomeadamente no que diz respeito ao espanhol. Até se começa a gostar a Estrela da Galicia.
Também descobrimos um SPA no meio do monte, por incrível que pareça Briallos proporciona tratamentos geniais, a lama e a areia do rio que passa mesmo ao lado do Albergue ajudou bastante.
Pela primeira vez a bandeira de Portugal foi içada em território espanhol. As cores de Portugal coloriram o céu, apesar dos protesto de um luso-alemão que vive em Portugal e que tem, de certeza, problemas de identidade.
O despertar, apesar dos líquidos ingeridos no dia anterior foi normal e até bastante rápido. Pela primeira vez tomamos o pequeno-almoço no Albergue para gastarmos todos os mantimentos que havíamos comprado. Arrancamos, ainda noite, pelos campos de milho com destino a Caldas de Reyes. Chegados a Caldas de Reys paramos no café mais próximo para tomar um café e comer mais qualquer coisa, e até tivemos sorte pois havia promoção da casa, na compra de um café oferta de uma fatia de bolo. Eu não sei, mas para a minha conta foram 3 cafés e as correspondentes fatias de bolo.
Arrancamos pelo centro da cidade e deparamo-nos com uma fonte onde nos deliciamos com água quente.
Com as forças recuperadas fizemo-nos ao caminho até Padrón e aí chegamos à terra dos pimentos. Dirigimo-nos ao Albergue onde tomamos um banho e deixamos os nossos haveres para procurarmos um local para almoçarmos. Em Padrón queríamos provar os verdadeiros pimentos de Padrón. Após procura, não muito intensa diga-se, foi só atravessar a ponte e “aterrar” na primeira esplanada junto ao rio debaixo dos plátanos, começamos o “festival do cano”: pimentos, tapas, 30 € de pão e muita caña, meus senhores, qualidade de vida, para depois vir a dolorosa e até alguém arrotar ao pepino.
Para acabar a noite em pleno, neste dia tão diferente dos outros, a maioria do grupo decidiu substituir a cerveja pelo leite.
Pela noite houve um peregrino que teve necessidade de dormir na ala dos deficientes, mesmo junto à cozinha, razão que ainda não foi desvendada, sabe-se lá porquê: seria a combustão dos pimentos? Ou o tubo superior debitava mais decibéis do que o permitido?
Mais uma vez tomamos o pequeno-almoço no Albergue – Está a tornar-se um hábito.
Partimos nesta última etapa com destino a Santiago para o momento da consagração.
Não foi uma etapa difícil mas o certo é que alguns começam a denotar algumas dificuldades, o acumular do cansaço começa a fazer mazelas.
Não há muito a dizer desta etapa a não ser que foi o dia em que o grupo foi mais compacto e com alegria, cantaram-se muitas músicas portuguesas neste percurso.
Á entrada de Santiago decidimos parar num café para comer e beber e para materializar uma ideia que já tinha sido iniciada em Padrón (nessa localidade cerca de 5 peregrinos do grupo decidiram fazer umas T-Shirts personalizadas para oferecer a cada peregrino com os dizeres “Chegamos”). E assim foi, mais uns bocadillos e muita caña. Depois disso cada peregrino vestiu a sua nova T-Shirt e rumamos para o interior da cidade onde pretendíamos encontrar um local para pernoitar porque desta vez decidimos nem sequer procurar Albergues. Após encontrarmos local para esse descanso merecido, ainda com as mochilas tal qual arrancamos de S. Tiago de Francelos, deslocamo-nos para a Catedral de Santiago, pelas ruas da cidade com a bandeira portuguesa içada e sempre a cantar que mereceu a atenção de todos os transeuntes e estrangeiros. Amigos, foi algo de espectacular, até merecemos o apoio de aplauso de muita gente pelas ruas de Santiago. Quando chegamos à Praça principal da Catedral foi a explosão de alegria, os saltos, os abraços, enfim CHEGAMOS.
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